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  • karinebeckerpsi

Amar, quando tudo está indo bem, é fácil pra caramba!

Atualizado: 30 de ago. de 2021



Tenho pensado muito sobre esse sentimento que a gente fala muito, diz que sente , mas será que a gente conhece o amor de verdade?

Hoje eu acordei me perguntando, será que de verdade eu sei o que é o amor? Eu digo que amo meus pais, meu marido, meus filhos, me amo, tenho amigos que falo que amo, tem pessoas próximas que eu falo que eu amo, mas será que eu vivo realmente esse sentimento que eu denomino amor?

Eu tenho me questionado porque falar é fácil. Falar que ama é fácil. E não só falar que ama é fácil. Amar, quando tudo está indo bem, é fácil pra caramba.

Isso fica muito claro nos nossos relacionamentos. Quando está tudo indo muito bem, é tão fácil falar que ama, parece que o negócio vem, é automático. Agora, sai uma vírgula da curva, um comportamento que a gente já não aprova, aí vem a dúvida em relação ao amor. Com filhos eu sei que não é assim .... mas com relação aos nossos pais, irmão, amigos isso tende acontecer. Agora com quem com certeza acontece é com o nosso companheiro, com o nosso marido, a pessoa que nós escolhemos para estar ao nosso lado, é tão fácil desamar, quando o negócio sai da curva.

Por muito tempo eu pensei, e te confesso que até hoje eu acredito que amor é um sentimento que a gente escolhe sentir. O amor é uma escolha diária e muitas vezes, várias escolhas no mesmo dia.

Se hoje eu acordar e escolher não mais amar o meu marido, assim será. Porque se eu for escolher colocar energia em todas as coisas que ele fez e faz e que eu não aprovo, com certeza eu conseguirei um arsenal forte para não amá-lo mais. Se realmente eu quiser encontrar motivos para não amar alguém, eu vou conseguir. Mas o contrário também acontece. Se eu quiser buscar motivos para amar alguém, eu também consigo, facilmente.

Assim, a decisão sempre está conosco: Eu vou escolher amar, ou acabar com este sentimento? E pensando desta forma, não importa o que o outro faça, não importa a atitude que o outro teve, ou falou, o que importa é o que eu quero sentir. O que importa é o que eu vou deixar me atingir. É claro que posso ficar magoada, triste ou com raiva, mas ainda assim sou eu que escolho continuar amando ou não sentir mais isso. Por que é através dos sentimentos que eu nutro dentro de mim que eu tomo as minhas decisões. Por isso eu posso escolher continuar amando ou acabar com esta relação, e não importa com quem seja.


E é muito fácil a gente ir para o segundo momento que é encerrar relacionamentos. Porque escolher pelo amor é muito difícil. Com certeza é muito mais difícil escolher pelo amor.

Vivemos hoje em uma sociedade com um pensamento viciante de mágoa, de ódio e de raiva e isso faz com que seja muito fácil romper relações. Hoje é muito fácil separar, é muito fácil odiar, é muito fácil sentir raiva e muito convidativo ser impaciente ou retrucar. O olho por olho e dente por dente parece para muitas pessoas e em muitos momentos, é a única opção e a vingança caminha junto.

Então, querer escolher o amor, em muitos momentos, é um esforço extraordinário que precisamos fazer. Escolher continuar amando, escolher continuar seguindo junto, quando alguém te fere é muito mais complicado. É muito mais fácil separar do que continuar. É muito mais fácil brigar do que conversar. E neste último exemplo eu trago muito a reflexão para os nossos relacionamentos com os nossos filhos também. Muitas vezes é mais fácil brigar com eles e colocá-los de castigo, do que encontrar uma forma de conversar que seja compreendida por eles.


E no relacionamento conosco então? É só a gente pisar na bola, fazer alguma coisa que a gente não gostou, é receber uma crítica de alguém, que a gente já começa a se chicotear, a cavar o nosso buraco e nos esconder lá dentro. Ao invés de escolher nos acolher, entender e respeitar o momento de que não somos perfeitas e que tomamos uma atitude com a melhor das boas intenções, mas muitas vezes a gente fracassa e isso faz parte do aprendizado da vida. Mas infelizmente, em muito momentos a gente escolhe se vitimizar, se flagelar e se enfiar em um buraco cada vez mais fundo, para que o outro sinta pena, para que a gente sinta pena da gente mesma e acaba aceitando viver um papel que não é esse o papel que é para se viver. Não é esse o papel que somos merecedoras, mas esse é o papel que a gente se sente confortável muitas vezes, é o papel que a gente acha que merece. Mas isso só acontece por que não acolhemos as nossas falhas, nossas quedas, a gente vive só numa redoma de culpa e achando que é merecedora do fracasso, pelas decisões que tomamos e que julgamos ou que julgaram erradas no decorrer da vida. Mas, como se fôssemos perfeitas. Quem nunca tomou decisão errada?

Agora, me responde uma coisa: logo depois que tu casou e o teu marido fez a primeira coisa que não te agradou, tu arrumasse as malas e fosse embora? Tenho certeza que não porque não é assim que se relaciona. A gente senta, conversa, tentar negociar. E quantas vezes tu faz esses acordos contigo, de sentar para conversar, renegociar, se perdoar? Por que é só assim que a gente se acolhe e se ama.


E por isso eu te falo, escolher pelo amor, escolher continuar amando pode ser muito mais difícil. Porque o amor é feito de ação e são varias ações diárias que demonstram que a gente escolhe pelo amor.


Como é que eu falo para os meus filhos que eu escolho amá-los? Simplesmente falando? Nããão! Eu demonstro nas minhas ações. Eu demonstro estando presente e não dando presente. Na real, eu, você, nossos filhos, maridos e qualquer outra pessoa do mundo, precisa sabe do que? Precisa sentir que é amada e não somente escutar EU TE AMO.


Eu quero compartilhar contigo uma questão que eu vivia a até bem pouco tempo atrás. Por muito tempo na minha vida, eu achei que as palavras importassem bastante, e eu sentia falta de muitos eu te amo, que eu não tinha ouvido e que queria ter ouvido. E com isso eu enchia o meu marido e os meus filhos de eu te amo. Mas de um tempo pra cá, pouco tempo até, eu tenho percebido, que a palavra é importante, é sim porque ela tem um poder fantástico, mas a ação tem muito mais poder.

E aí eu consegui perceber que muitas das palavras que eu fiquei uma vida inteira esperando e muitas vezes até me vitimizando por não ter escutado, eu ressignifiquei, porque eu percebi que eu vivenciava, eu não escutava, mas as pessoas me demonstravam o amor porque eu me sentia amada. Eu não escutava o eu te amo, mas eu me sentia amada.

As vezes, a gente precisa dar um ajuste na nossa lente, porque sem querer, estamos vendo as coisas um pouco desfocada.


E em resumo geral, será que as tuas palavras estão condizentes com as tuas ações?


O amor vale a pena? Oooo se vale! É trabalhoso? Caraca, e como! É trabalho árduo, mas muito, muito prazeroso.



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