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  • karinebeckerpsi

A Culpa - Reflexões de uma mãe que pisou na bola

A culpa está acabando comigo no dia de hoje. Estou numa discussão ferrenha aqui com os meus pensamentos.

Hoje foi o primeiro dia de aula das crianças.

Aqui estava chovendo muito no horário que fui levá-los para escola. Chegamos, e a escola estava fechada ainda. Minutos depois o portão se abriu. Mas a chuva continuava muito forte. Não tínhamos guarda-chuva no carro.

Eu não estava confortável no carro, já imaginando que a cena que eu tinha idealizado na minha cabeça, não iria acontecer.

Eu queria levar as crianças, calmamente, dar beijo de tchau, desejar um bom dia, conversar com as professoras, sentir que o Bernardo estava bem, porque a Manuela eu tinha certeza de que estaria e depois voltar para o carro e tranquilamente ir trabalhar.


Enquanto estávamos pensando em uma estratégia, um outro carro bate no nosso. Pouca coisa, nada grave, mas o suficiente para um susto e mais uma desestabilização.

Estava um climão no carro. O Daniel e eu nervosos, a Manu querendo encontrar os amigos e o Bê quietinho. Naquele momento nem consegui lembrar muito bem deles. Só ouvi o Daniel falando, tu queres que eu leve eles? Na hora eu estava tão confusa e nervosa que respondi que sim. Eu queria que ele, na verdade, fosse ver a batida, mas não me expressei direito e quando eu vi, ele já estava todo molhado, levando as crianças.

O caminho para o trabalho foi em silêncio.

Cheguei no trabalho e não consegui trabalhar direto. Me senti uma mãe horrível hoje, me senti abandonando meus filhos, não dando importância a eles.

Eu sei que racionalmente eu não sou uma mãe ruim, mas estou me punindo o dia todo por essa pisada na bola.

Sexta-feira eu também fiz algo que eu não me orgulhei de mim e peguei bem pesado comigo. Trazer para consciência é o primeiro passo para perceber o quanto somos imperfeitos e que cometemos erros o tempo inteiro.

Se permitir contar a si mesma a história novamente, escrever sobre ela, é uma forma de olhar com mais atenção e autocompaixão para o que aconteceu.

Passei o final de semana querendo culpar o covid pelo esquecimento, e passei o dia de hoje querendo culpar a chuva, o Daniel e a pessoa que bateu no nosso carro. Mas de nada adianta. Já aconteceu. Enquanto eu estou no movimento de encontrar culpados, não estou assumindo uma postura madura de perceber como eu poderia ter feito diferente.

O que eu aprendi disso tudo?


Guarda-Chuva no Carro

Converse e de despeça das crianças dentro do carro.

Acidentes acontecem

A chuva é maravilhosa

E quando meus filhos chegar em casa, estarei lá para eles, querendo ouvir as histórias e aventuras do primeiro dia de aula.


Ter uma estratégia de que posso fazer para amenizar os danos ajuda a dissolver a culpa e a transformá-la em algo menos punitivo


Somos seres imperfeitos. O erro é condição de ser humano. Respira e pega leve contigo.






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